Festa da Família em tons solidários

Festa da Família em tons solidários
A Festa da Família da Obra de Santa Zita, na Estrela, foi um encontro intergeracional marcado pela solidariedade

O calendário litúrgico assinalava a Festa do Batismo do Senhor e assim terminava a quadra natalícia. O dia foi escolhido para a Festa da Família na Obra de Santa Zita (OZS), na Estrela (Lisboa). Assim aconteceu no passado dia 13 de janeiro.

A eucaristia dominical, presidida pelo Pe. Nuno Tavares, reuniu Cooperadoras, colaboradoras e utentes do Lar e Centro de Dia e seus familiares e amigos. Na introdução à eucaristia, a Cooperadora Nazaré Soares destacava “as pessoas” como o património mais importante ali presente: “Utentes residentes e utentes a frequentar o Centro de Dia e suas famílias, direção, equipas de trabalho, amigos, outros colaboradores, um grupo de casais pertencentes ao Movimento por um Lar Cristão” e por fim “as Cooperadoras da Família, uma presença que garante a missão no seu todo”. Era o início de um dia de festa dedicado à família. 

Almoço solidário

Após a eucaristia, seguiu-se um almoço convívio cujo objetivo “foi proporcionar aos utentes, que não puderam passar o Natal com os familiares, um almoço em família”, explicou Céu Simões, presidente nacional da Obra de Santa Zita. Mas este almoço tinha também contornos solidários. “As receitas revertem para as obras que estamos a concretizar nesta instituição e que consistem na implementação do Projeto de Segurança contra Incêndios”, afirmou a Cooperadora Nazaré Soares, diretora técnica da OSZ, na Estrela.

O salão polivalente transformou-se numa sala confortável para acolher as várias famílias e todos aqueles que se juntaram a esta iniciativa. Ao todo foram 125 a 130 participantes. Nas palavras introdutórias ao almoço, Nazaré Soares afirmava que a refeição em conjunto simbolizava “a família que se constrói no dia a dia” dentro desta Casa e que cada utente “é uma pessoa diferente” e quando chega reúnem-se sinergias “para melhor acolher, integrar e promover”.

Esta iniciativa contou também com um grupo de Cooperadoras que representaram várias casas de Santa Zita, concretamente Guarda, Covilhã, Castelo Branco, Viseu, Póvoa de Varzim, Portalegre, Faro, Elvas e Penha de França, que estiveram em formação até ao dia 10 de janeiro e que ficaram até ao dia 13 para ajudarem nos preparativos. Foram elas que, reforçando o grupo que habitualmente desenvolve a sua ação nesta casa, serviram à mesa. “Gesto que reconhecemos como autêntica solidariedade”, afirmou Nazaré Soares durante a apresentação deste grupo de Cooperadoras.

No momento do café houve tempo para mais um contributo solidário com a distribuição de rifas pelos participantes, cuja receita, ajudará também as obras da instituição que se encontram quase concluídas.

 Animação musical

  

Mas a tarde ainda tinha mais supressas e estas vinham acompanhadas de notas musicais. André e Gonçalo Campos, netos do casal Helena e Manuel Ribeiro, utentes da instituição, convidaram os amigos e trouxeram uma tarde musical à Festa da Família. “Os meus avós estão aqui no Lar e o meu pai também é colaborador desta instituição há muito tempo e perguntaram-me, a mim e ao meu irmão, se podíamos animar esta Festa e fazer um pequeno momento musical. Trouxe um colega (o Tiago) da Academia de Música da Ramada, onde sou professor, e uma aluna, a Erica, e fizemos este momento”, conta André Campos. Antes tinha atuado um grupo de amigos do André do Núcleo da Arroja da paróquia de Odivelas que trouxe músicas de outras décadas bem presentes na memória de todos os utentes.

Encontro intergeracional 

 
A mesa da família do André era a mais numerosa. Nela estavam quatro gerações. O pai, Carlos Campos, há longos anos que está ligado a esta instituição, é professor na Escola ASAS – uma escola profissional a cargo das Cooperadoras da Família que funciona neste mesmo espaço. “Este almoço é o reviver de tempos em que as famílias tinham mais do que duas gerações em casa. A vivência de avós, filhos e netos na mesma casa hoje é cada vez mais rara. Penso que neste almoço se reviveu isso. No caso da minha família estão quatro gerações à mesa”, contou Carlos Campos.

Paulo e Ricardo Ribeiro, filhos da utente Natália Ribeiro, também trouxeram a família para este almoço. “A ligação a esta casa surgiu quando a nossa mãe precisou de ajuda. Sempre conhecemos esta casa, a minha mãe sempre viveu aqui na freguesia e, quer pela localização, quer pelos valores que estão associados à Obra, pareceu-nos uma boa opção”, conta Paulo Ribeiro. Por outro lado, Ricardo considerou que esta iniciativa “é um momento de união da família e das famílias com a própria instituição”.

Maria de Fátima Lusitano Leal tem uma irmã nesta casa e outra na Obra de Santa Zita da Penha de França e não poupa elogios “Eu vejo aqui cuidado, carinho. Há um saber atender cada pessoa, com o seu passado tão diferenciado”.

Presentes estiveram também muitos amigos desta Casa. Uma delas foi Rita Mathias. Rita acompanhou durante muitos anos esta instituição como Técnica da Segurança Social. A relação profissional terminou mas ficou a relação pessoal com as responsáveis desta casa. “É uma instituição que respeita muito os valores da família, a dignidade da pessoa idosa. Trabalham todos os dias para manter os utentes em perfeita harmonia, com o maior respeito e com o melhor que a vida lhes possa ainda dar. Acabei por criar uma relação pessoal. São pessoas que me tocaram em termos humanos. É com muito gosto que estive aqui presente”, afirmou Rita.